sábado, 16 de fevereiro de 2008

[Single] Mariah Carey: Touch My Body

[Ao som de Touch My Body, Mariah Carey - E=MC², 2008]

A sensualidade imposta de forma suave por Mariah Carey em seu mais novo single, Touch My Body, é algo que ela não vinha fazendo em seus últimos trabalhos. É uma música refrescante, co-produzida pela dupla Tricky e The-Dream, os responsáveis pelo hit Umbrella, da Rihanna. A canção é uma mid-tempo um tanto quanto peculiar, tendo em vista todas as músicas que estão nos charts hoje em dia. A maioria delas consiste em músicas electro-pop ou em produções do Stargate, repletas de violão e batidas R&B, ou mesmo as famosas heavy hip-hop, com batidonas estilo club banger. A Mariah veio para dar uma pausa e tornar tudo muito mais sensual. Acho que pela primeira vez em toda sua carreira ela conseguiu me surpreender e ser sensual, ao invés de soar um tanto quanto vadia - como é o estilo das novas musas do R&B que andam surgindo por aí.

Capa do single de Touch My Body, onde Carey veste apenas um chapéu.

O novo formato de Crunk Music se encaixa perfeitamente nesse rumo que ela está dando para a carreira. Os airplays devem ser monstruosos já a partir do fim dessa semana, fazendo com que ela suba instantaneamente nos charts. A música lembra uma versão mais laid back de Shake It Off, outro hit da cantora, de 2005. Touch My Body é um pouco mais lenta, envolvente, ao mesmo tempo em que os vocais não lembram nenhuma música do trabalho anterior, The Emancipation Of Mimi. Na verdade, o registro em que ela canta remete às suas músicas de cerca de 13 anos atrás, cantando mais baixo, um tom que agrada bastante e que ela deve conseguir fazer perfeitamente ao vivo.
A suavidade no modo de cantar é refletida por essa melodia laid back, mas é contrastada pela letra, que tem um misto de ingenuidade e atitude feminina. O jeito toda menininha de ser se encontra, então, com o mulherão que quer "receber o que merece" na cama. A Diva conseguiu fazer a mais d
oce das músicas no estilo Crunk, que muitas vezes pega pesado (é só pesquisar letras de música crunk para verificar como são muito mais pesadas). Em Touch My Body, Carey age como se estivesse chegando no fim daquele momento envolvente das preliminares, em que tem noção de qual será o próximo passo, e mesmo assim não se envergonha de nada. A letra contém menções exclusivas ao YouTube e à locutora e futura apresentadora de TV Wendy Williams, que gosta de se intrometer na vida privada de seus entrevistados. Na canção, Carey demonstra que está tão caída por seu amante (não no sentido adúltero da palavra) do que ele mas que, para tudo acontecer, ele deve manter o encontro em segredo, pois se divulgar qualquer informação ou se gravar um vídeo e colocar no YouTube, ela ameaça caçá-lo insistentemente. Pede, portanto, para que ele toque seu corpo e a deixe fazer com que ele sinta algo que ele nunca sentiu antes.
Sexo vende e Mariah está falando sobre o assunto
de um jeito interessante, explorando ao máximo a sexualidade feminina, sem ser diretamente explícita para ser censurada. A canção estreou nas rádios estadunidenses dia 12 de fevereiro e já é uma das mais adicionadas nos formatos mais populares. Espere grandes momentos para Mariah Carey em sua mais nova era. Mimi retorna às rádios mais sexy do que nunca!

AVALIAÇÃO:
(3.5 de 5.0)
Rafaélico.

[Fim do post ao som de Touch My Body, Mariah Carey - E=MC², 2008]

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2008

Revivendo textos antigos.

Perfeição. É algo que pode ser interpretado de acordo com o espectador. Nós sempre a buscamos, mas ela também pode ser definida por níveis. Pode parecer bobeira, mas a linha que divide os dois extremos da perfeição é muito tênue, tanto que todos os dias vagamos entre eles: ser relapso ou ser paranóico. Basta observarmos nossas ações diárias para constatar tal fato.
Acordar todos os dias e não arrumar a cama, só porque de noite teremos que desarrumá-la para dormirmos, nos torna relapsos? Organizar meticulosamente nossos cds de acordo com o nome do artista, o ano do cd, o título do mesmo, e etc, nos torna paranóicos? Creio que cada pessoa tem uma resposta diferente para essas indagações - leia-se: nenhum indivíduo diria que suas próprias ações, que certamente possuem uma determinada justificativa, são consideradas de uma maneira ou de outra, até porque ninguém gosta de ser relapso e ninguém gosta de ser perfeito, porque esse termo só existe na teoria, e nos contos de fadas.
Ninguém é perfeito. E é disso que a humanidade sobrevive. Se fôssemos todos perfeitos, o que seriam dos príncipes encantados e das princesas indefesas? Se fôssemos todos perfeitos, o mundo seria como um grande e chato conto de fadas, onde não existiriam bruxas malvadas e magos oportunistas. Não existiria a oportunidade de aprender com os erros e não exisitiriam as decepções. De uma certa forma, um mundo sem decepções - principalmente amorosas - parece interessante e tentador, uma vez que sofrer por amor não está no topo da lista de sensações favoritas da humanidade. Por outro lado, ninguém experimentaria a sensação de ir ao fundo do poço e conseguir se reerguer, com todas as honras possíveis.
O mundo perfeito tornar-se-ia, então, um lugar apático, onde todas as emoções seriam baseadas na simplicidade e na comodidade. Não seria difícil encontrarmos príncipes e princesas de nossas vidas, porque qualquer um seria igualmente especial e todos sabemos, nesse mundo nada perfeito, que cada um é especial de sua própria forma.
O mundo perfeito não existe. E não posso dizer que não fico feliz por isso. A liberdade de mostrar o que somos nos distancia de alguns, mas é o que nos aproxima da perfeição. Como nada é perfeito, chegar perto disso tudo é o bastante para que possamos encontrar o que nos torna especiais aos olhos dos outros."
(Rafaélico, 2007).